Massacre de My Lai |
Neste Sábado se completam 45 anos do massacre de My Lai, a aldeia vietnamita em que no dia 16 de março de 1968, o exército dos Estados Unidos assassinou friamente cerca de 500 moradores do vilarejo, a maioria eram idosos, mulheres e crianças, incluindo muitos bebês, todos estavam desarmados.
Antes de serem mortas, algumas das vítimas foram estupradas e molestadas sexualmente, torturadas e espancadas. Alguns dos corpos também foram mutilados.
Em 4 horas os soldados estadunidenses, sobre ordens do tenente Willian Calley mataram todos os animais, violaram as mulheres, queimaram as casas, assassinaram os homens e trucidaram as crianças, foi o maior massacre de civis ocorrido na guerra do Vietnã.
Cerca de 20 pessoas sobreviveram fingindo-se de mortos e passando horas entre os cadaveres, 4 aldeias foram totalmente destruídas e reduzidas a cinzas.
2 sobreviventes do massacre falaram ao jornal "El País" em 2008, descrevendo um pouco deste horror:
"Eram muitos soldados, aproximaram-se da casa atirando nas galinhas e os patos. Matavam tudo o que viam. Sentimos um medo atroz. Na casa, estávamos minha mãe, minha filha de 16 anos, meu filho de seis e eu, que estava grávida. Apontaram suas armas para nós e pediram que saíssemos e fôssemos até o açude. (...) Havia muita gente no açude. Empurraram-nos para dentro dele a coronhadas. Juntávamos as mãos e implorávamos para que não nos matassem, mas eles começaram a disparar. Senti como se as balas me mordessem nas costas e na perna, vi como elas arrancaram metade do rosto de minha filha, e então desmaiei. O frio me devolveu a consciência. Meu filho pequeno jazia a meu lado. Não conseguia andar. Arrastei-me para chegar à minha casa e beber água porque estava com uma sede terrível. No caminho encontrei os corpos nus de muitas jovens. Eles as haviam violado e assassinado"
- Ha Thi Quy, 83 anos em 2008.
"Ainda ouço com nitidez os gritos dos soldados que irromperam em minha casa naquela manhã. ‘Tudi maus, tudi maus!’ Não sei o que isso queria dizer. Nem sei se era inglês ou uma imitação de vietnamita, mas era o que gritavam enquanto apontavam para nós e faziam sinais para sairmos. ‘Tudi maus, tudi maus!’ Minha mãe me disse para fugir e me esconder. Minhas irmãs corriam atrás de mim seguidas pela minha mãe com meus dois irmãos pequenos; o menor, tinha dois anos. Quando íamos entrar no abrigo, nos metralharam. Seus corpos caíram sobre mim".
- Cong Pham Thanh, que tinha onze anos no dia do massacre.
Dois anos depois o jornalista estadunidense Seymour M. Hersh publicou uma reportagem que revelou a seus compatriotas aquele acontecimento.
Aquela tragédia comoveu aos norte americanos e ao resto do mundo e teoricamente marcou desde então, um antes e depois no julgamento dos crimes de guerra modernos, pelo menos os crimes que são revelados.
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